quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O coração da África

Falar do maior continente do planeta é nunca acabar de dizer o que se quer dizer. Falar de um lugar onde parece que o mundo ainda permanece virgem das ambições humanas, do progresso feio e da falta de fé é quase ser blasfêmico. Mas, como acabei de ler "O Coração das Trevas", clássico do romance que o escritor inglês Joseph Conrad publicou em 1899 em uma revista inglesa, arrisco-me a relatar a minha impressão sobre a África, mesmo sabendo que posso não estar a altura de citar tão nobres lugar e povo. O livro nos situa na época em que a colonização europeia predominava na África, no século XIV, por motivos comerciais (o marfim era o produto buscado), porém estes motivos eram vergonhosamente camuflados pelos falsos motivos do progresso. Os brancos chegaram como deuses poderosos, com suas embarcações e armas e escravizaram um povo ingênuo que vivia feliz e satisfeito. Fizeram o horror e deram inicio a escravidão. Os nativos eram tratados como peças de trabalho e, mortos de fadiga, eram jogados fora. No livro, um branco foi tratado como mágico e divino pelos africanos, e sua sombra se estende por toda a narrativa, mesmo que ele só venha a aparecer nos momentos finais da história. Seu nome é Kurtz (Marlon Brandon o viveu na versão da novela para o cinema). Kurtz representa o poder que o homem branco tem sobre os homens simples da África. Não sei se esta história acabou. Digo, a história da escravidão. Vejo meus irmãos africanos, simples, humildes, religiosos, com lindas crenças (eu diria invejáveis crenças) sofrendo por terem seu território explorado ao longo dos anos sem nenhum agradecimento dos "civilizados" exploradores. Ao meu ver devemos, no mínimo, nossa essência à África. É de lá que todos nós viemos. Foi lá que surgiu a religião que nos ampara quando precisamos. Foi na África que o mundo começou. Basta olhar para aquele lindo continente e para sua natureza pré-histórica. Não há, ninguém, que diga que a África é feia. Temos paixão pelas suas paisagens e pelos olhos de seu povo. O coração da África sofre de saudade do tempo em que nós não o conheciamos. Como disse, não sei se tenho o direito de falar de um lugar tão especial, mas tenho a obrigação de agradecer à mãe Àfrica por toda a pureza que ela colocou em minhas crenças e pela fé que só ela sabe ter. Fé esta que, ternamente, ela me mostra como conseguir. Divirta-se!

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