segunda-feira, 16 de abril de 2012

O hífen nosso de cada dia PARTE 1

As mudanças impostas pelas regras do novo acordo ortográfico da lingua portuguesa é obrigatória a todos os países que escrevem (e falam) em português. Resolvi abordar uma das alterações, a do nosso "amigo" hífen, e utilizar o Vide Letra para aprendermos, juntos, como esse "tracinho" deve ser utilizado no dia a dia (dia a dia, neste caso, sem hífen, pois ele não está substantivado). Vamos a um resumo basicão que pode nos ajudar em alguns casos, pois a regra após o acordo é extensa e, para falar a verdade, obscura sob alguns aspectos.
NÃO SE USA HÍFEN
- Prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente (ex: autoescola, aeroespacial, extraescolar). Já em auto-observação e micro-ondas usa-se, pois as vogais do primeiro e do segundo elementos são iguais.
- Os prefixos CO, PRE e RE juntam-se ao segundo elemento. (ex: cooperação, preestabelecer, reescrita).
- Quando o segundo elemento começar com as letras S ou R, elas devem ser duplicadas (ex: ultrassecreto, contrarregra, antirreligioso). Note que a duplicação dessas consoantes não altera a fonética da palavra.
- Se a noção de composição das palavras desapareceu com o tempo (ex: pontapé, mandachuva, paraquedas, girassol, paraquedismo, madressilva). Segundo o acordo, os verbos parar e mandar perderam a noção nesses vocábulos. Agora, para-brisa e para-choque continuam com hifen, pois, aqui, o verbo parar continua com o sentido "parar" (para tudo que eu quero descer!)
- Formas adjetvas, como LUSO, AFRO, ANGLO e LATINO (ex: afrodescendente, eurocomunista). Porém, usados como adjetivos pátrios, usa-se o hífen (ex: afro-americano, latino-americano, ítalo-brasileira). (Pra que facilitar?)
-   Em nomes geográficos (ex: América do Norte, Belo Horizonte, Cabo Verde). Porém, (de novo o porém!), quando o nome geográfico tiver prefixo GRÃ, GRÃO ou VERBO, usa-se o hífen (ex: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Passa-Quatro).
-  Com MAL, quando o segundo elemento NÃO começar com H, L ou VOGAL (ex: malcriado, mavisto, malquerer, malpassado).
- Quando o BEM se aglutina com o segundo elemento. (ex: benfeitor, benquerer, benquisto, benfeito como substantivo). Porém (ai, porém!), bem-feito enquanto adjetivo (coisa feita com capricho) ou interjeição (bem-feito, por que quis aprender português?) leva hifen.
- Em locuções diversas (ex: à vontade, cão de guarda, fim de semana, dia a dia). MAS, se forem usadas como substantivo da oração, hifen nelas!
UFA! Não se preocupe. Se houver alguma coisa a acrescentar ou dúvida, envie-me um recado que resolveremos tudo juntos. Postarei mais dicas, aprenderemos unidos essa língua e sua gramática que tanto amo, mas que nos enchem de hifens.
Referências:
BECHARA, Evanildo - Moderna Gramática Portuguesa, 37a. edição
UOL Educação http://educacao.uol.com.br/portugues/hifen-palavras-compostas.jhtm

Um comentário:

  1. Sim... Porque facilitar o nosso já difícil idioma, se podemos complicá-lo? O melhor para nós, que somos escritores, é mantermos sempre nossos corretores ortográficos atualizados. Assim, não tem erros... Mas então, como aprende-los? Oh! Apesar de tudo, acho que nossos amiguinhos dos "nóis vamu", "nóis pode" ou "nóis fica", são mais felizes e descomplicados.
    Adorei a nova fase das dicas gramaticais... Vai ser muito útil para mim.
    Bjusss meu querido. Espero que estejas bem. Estou com saudades.

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