segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Não saber para crescer

Clarice Lispector deixou-nos uma obra incomparável em termos de literatura da alma. Ela é tão única que parece que veio de um mundo que não é o nosso. Até que nós a conheçamos. Quando digerida, sua obra nos transforma em seres diferentes do que outrora fomos. E daí somos nós que acabamos por pertencer a outro plano. Quantas vezes nossa Clarice disse que escrevia palavras tão lindas e que nem sabia quais significados tinham? Quantas vezes ela nos firmou que o momento mais belo é o da inspiração gerada pela dúvida?. Quantos "por ques" ela repetiu para nos dizer : nunca pare de buscar, de querer, de aprender e de crescer? Os "por ques" e as dúvidas são as molas propoulsoras que nos lançam, sempre, cada vez mais acima do lugar que estamos, melhorando-nos. Saber tudo é morrer. Saber tudo é virar pó estático. Uma coisa eu acho que sei. Trocar o que se tem de bom, é bom. É bom porque, quando assim o faço, sinto-me bem. E aprendo com quem eu troco. Eu quero estar inspirado todos os dias. Eu quero ter a coragem da sinceridade para poder dizer a mim mesmo : faça, vá, ouse, aprenda. E cresça. Cresça para dividir. Quero escrever palavras bonitas, como Clarice, e nem saber o que elas significam, porque não o saberei de qualquer maneira. Quero calcular construções que cheguem às nuvens, mas quero-as altas. Eu não sei nada. Quando souber algo, estarei morto. Divirta-se!

Um comentário:

  1. "Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."... Clarice Lispector disse isso, como disse tantas outras coisas maravilhosas que poderíamos ficar por horas citando e 'analisando' (?) e, desta forma, ficando mais sensíveis, clareando as ideias como só Clarisse poderia ter feito...
    A propósito... Ainda que você saiba muito continuará vivo, porque nunca saberá tudo. Tudo, só Deus sabe...
    Muitos beijos, meu amigo.

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