quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Álvaro de Campos, o engenherio naval

O engenheiro Álvaro de Campos, o naval Álvaro de Campos. Desbravador dos mares, pois preferia a solidão das ondas do que a solidão de um impossível amor que nunca existiu e que lhe dava, por isto mesmo, a solidão almejada. Pagão, preferia acreditar na alma humana, pois era a única coisa que conseguia sentir que tinha: uma alma. Tão isolado, tão deprimido que tinha pena de si mesmo. Conheceu seu mestre Caeiro e deixou de ser uma máquina nervosa que não fazia nada. Começou a expressar-se em versos como quem começa a respirar, tudo por influência e inspiração oriundas de seu mestre Caeiro. Viva Caeiro, que resgatou de um mar sem fim, o engenheriro que era de pano. Deu-lhe um ar de vida e um homossexualismo assumido, que grita contra os deveres e a moral. Adorava tirar as plantas dos pés do chão usando ópio e cocaína. A Campos, Campos! Para sua Tabacaria e seus personagens de esquina você nunca será nada e não poderá querer ser coisa alguma que não seja todos os seus sonhos, sonhos do mundo todo. Navegue, vamos, continue! Sinta tudo de todas as maneiras, de todos os lados, seja a mesma coisa de todos os modos possíveis, mas seja!  Esqueça o supérfluo útil e navegue.

Um comentário:

  1. Meu amigo está poetizando... E eu, estou amando!
    Adoro Álvaro de Campos, um dos meus preferidos do Fernando Pessoa.
    Bjusss

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