quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Há um processo contra você : CULPADO!

Conheci Franz Kafka através de uma de suas maiores obras: O Processo. Li este livro no início dos anos de 1990 e lembro-me de como ele me afligiu, de como sua história me deixou com uma sensação de "culpado". Kaka, um judeu tcheco que escrevia em alemão, preencheu, neste romance, suas personagens de dor e angústia, infligindo-lhes culpa e perseguição por conta de um sistema burocrático e cheio de imposições. Um sistema composto por leis e dogmas e que, sem nenhum motivo ou explicação, ordena e classifica os indivíduos e suas pequenas e escuras vidas. Este é o universo ordinário de Kafka. Cheio de ironias e culpas mandadas. Um universo que é capaz de criar um processo e inseri-lo na vida de qualquer cidadão. Mais do que nunca, O Processo de Kafka está nos tempos vigentes. Há processos nos regendo todos os dias em quaisquer circunstâncias. E, normalmente, o veredito final desses processos é : culpado. Somos culpados por sermos gordos, por sermos magros, pelo nosso gênero sexual, por possuirmos determinada cor de pele, por pertencermos a um grupo étnico específico e até por nosso saldo bancário. O dedo do processo está sempre apontado para nós. Há qualquer momento você poderá ser considerado culpado por ser assim, exatamente como você é. As imposições do sistema em que vivemos estão aí, pulsando contra nós. E o pior: elas são originárias de nossa postura, nascem do que achamos que é necessário a nós. Perigoso e fatal. Criamos nossas próprias armadilhas e somos culpados por elas. Movemos processos diários contra nos mesmos e contra os outros. É a realidade mundial. É a realidade de Kafka. Se Deus quiser, um dia eu quero ser índio...A propósito: o desenho que ilustra minha postagem é de Kafka. Divirta-se!

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